Esse oásis mineiro em São Paulo é comandado por Élvio Rocha e Priscila Torres. O casal vende uma grande diversidade de queijos artesanais mineiros, doces e outros quitutes. E agora eles começaram a se aventurar em buffets queijeiros para casamentos.

História
Mineiro morando em São Paulo, Elvio Rocha precisava de uma renda extra no final do mês. Ligou para sua mãe para ajudá-lo e foi então que ela resolveu enviar queijos.
A “mãe” no caso era sua avó biológica materna, criado sem pai, a avó sempre o ensinou o valor de trabalhar. “Ela enviou os queijos e eu saí batendo de porta em porta, o dinheiro começou a entrar… Em 2009 eu estava insatisfeito com o trabalho e pedi as contas, decidi dedicar só ao queijo!” diz Elvio.
Neste mesmo ano criou a empresa Trem Bom de Minas e começou a ir em repartição pública, bancos, hospital e empresas vender queijos.. “Eu me apaixonei, mineiro é apaixonado por queijo uai, comecei a estudar o assunto e fiz todos os cursos de fabricação do Instituto Cândido Tostes e os de cura da SerTãoBras.
Especialização em cura
“Em 2017, eu já tinha uma câmara fria e entendi que, para levar o queijo ao seu melhor sabor, eu devia controlar a umidade e a temperatura da sala de cura” disse ele.
Em maio de 2018, Elvio viajou para França, fez o curso intensivo de cura na escola Mons Formação para conhecer todos os segredos da arte de maturar os queijos de Minas para os clientes paulistas.

A maior dificuldade para Elvio, antes do curso, era o controle dos resultados, o mofo aparecia, sumia, precisava controlar mais. A precisão na gestão dos ambientes foi conseguida com ajuda de um amigo engenheiro elétrico.
Em melhores condições de temperatura (em torno de 12ºC) e umidade relativa do ar (mínimo 90%) a cura dos queijos melhorou muito, alcançando sabores e odores para todos os gostos!
Criações inspiradas na França
O queijo “Benza” minas artesanal de leite cru curado com mucor na casca tem fila de espera. “Trouxe um queijo Saint-Nectaire da França e colocamos pedaços da sua casca para contaminar o queijo mineiro, devagarzinho deu certo”.
Vendendo o queijo curado mais caro, Elvio passou a remunerar melhor os produtores. Ele visita as fazendas para dar conselhos técnicos e saber quais são as boas práticas de fabricação dos queijos que compra. “Não saber como o queijo foi fabricado dificulta o processo de cura.
Como sugestão, Elvio diz para trocar de coalho para evitar sabor amargo, prensar mais ou menos, mudar a dose do fermento lácteo e a criação de novas receitas.
Em Aiuruoca criou um queijo de massa prensada cozida, estilo parmesão, com manjericão na massa, inspirado no pesto. A casca é tratada no azeite de oliva cultivadas no mesmo terroir da fazenda produtora Dona Lena.
Hoje ele vende três tipos de cura: casca lavada com fermento vermelho (Brevibacterium linens), casca de mucor e casca natural. Esse último ele simplesmente deixa as bactérias naturais dos queijos se instalarem, sem lavar.
A esposa do curador Priscila Torres administra o negócio e os 7 empregados dedicados à cura, gestão de estoque, comercialização, eventos e limpeza. Eles revendem uma tonelada de queijo por mês, 50% de artesanal de leite cru e 50% de produtos de laticínios. “Meu novo projeto é começar a curar e vender queijos de outras regiões do Brasil, pois o nível nacional está aumentando muito” disse Élvio.

O Trem Bom de Minas está todos os sábados na feira Qualquer Coisa da praça Benedito Calixto, n 85, São Paulo.
Contato
Tel: 11 2495 1922